sábado, 29 de setembro de 2012

Retratos de Caio 17

Na 12ª Feira de Torres, da qual fui patrono, havia uma galeria de escritores. Todos traçados pelo PH. Mais um olhar sobre mim.

 

Retratos de Caio 16

Bah, a gente está ali, mergulhado nos casos proibitivos de crase ou discutindo onde se vai pôr o pronome oblíquo átono e, quando vemos, viramos figura de papel. Olha eu aí no traço do querido Pedro Cardoso.

domingo, 23 de setembro de 2012

A das Dores

Muito se fala da Igreja, cujas torres foram amaldiçoadas pelo Josino. Linda, no alto de suas escadarias, ela meio que observa a cidade, o rio, as gentes que transitam pra lá e pra cá pela Rua da Praia. Hoje, num encontro inusitado, ela se mostrou a mim por outro ângulo. Vi-a de costas, da Riachuelo, enquanto buscava o sol num fim de domingo. A Igreja das Dores, a mais linda de Porto Alegre.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Na lista do Jabuti

Para quem escreve (pelo menos comigo é assim), quando o nome de um livro aparece em uma lista de finalistas, a felicidade se instala. Sobretudo quando o prêmio se trata do Jabuti, um dos mais tradicionais do país. Em 2009, também estive por lá, com meu livro Meu pai não mora mais aqui, da Editora Biruta. Agora, é a vez de A filha das sombras (Editora Edelbra), lançado ano passado e que conta a história da Dora. Uma jovem que se vê imersa numa vida trágica, desde o nascimento.


Criar a história da Dora, misturar elementos da literatura fantástica com aspectos de intimismo, foi fascínio. Mergulho num mundo que se me foi revelando, aos poucos: ele e seus personagens de sonho e de real, na busca de construir uma atmosfera nonsense.

Enfim, bom estar entre nomes ilustres da literatura brasileira. Bom ser um dos finalistas. Bom.

sábado, 15 de setembro de 2012

Às vezes, me faço crônica e chovo.


Chuva no dentro
 
 
 

Somos, acho mesmo, seres de saudades. Vamos fazendo-nos gente pelos encontros, pelas presenças, pelos afetos construídos ao longo do caminho, pelas palavras pronunciadas ou pelas silenciadas. Todavia, nos tornamos gente também pelos buracos que a ausência nos provoca. A dor da falta é ferida nunca cicatrizada. Por mais que nos pensemos curados daquela lembrança, por mais que pensemos que a criatura amada que se foi é apenas e mera lembrança, a falta se faz presença com uma dor tão forte, que nada mais nos resta senão ouvir o eco do vazio que nos vai por dentro.
            Aí se chora.
            Como agora. Choro a falta do não dito, choro a ausência do não ocorrido, choro a saudade do que nunca existiu. Mas que eu gostaria que tivesse existido: aquela palavra jamais dita, aquela conselho jamais ouvido, o toque no cabelo que nunca aconteceu, o colo sempre esperado e nunca recebido, o sorriso desejado.
            Aí se chora.
           Chora-se a certeza de que tudo teria sido possibilidade de diferença, caso o sofrimento da despedida tivesse sido acalmado pela presença do que não houve; o mesmo tudo que agora lateja, queima, marca para sempre o existir.
            Aí se chora.
            E o choro é apenas a falta da falta, o desejo do nunca havido.
           Saudade é doença sem cura. Por mais que achemos que o oco da ausência foi coberto pela terra do tempo, um vento forte descobre tudo e traz de volta a falta, que lateja, lateja e chove lágrimas em nós.