quarta-feira, 21 de abril de 2010

Seminário começa amanhã


Abril de leituras e mais leituras

Esse mês, que é o do livro também, muito tenho me envolvido com atividades de leitura. Estive em Tucunduva, comemorei junto com muitos confrades os três anos da Reinações, com o debate de um livro que valeu pela releitura: O apanhador no campo de centeios, do J.D. Sallinger, iniciei novo grupo de oficina e com o anterior enveredei pelo universo da crônica, o que até rendeu a publicação da crônica Zumbis craquelados, da aluna Greyce Ávila, na Zero Hora. Também ministrarei curso sobre As lendas na sala de aula, no auditório da Livraria Paulinas, no dia 23, além de participar do Seminário: Por que ler os clássicos juvenis?, uma parceria da Reinações com a Biblioteca Lucília Minsen, da CCMQ.
A leitura, o debate, a troca de ideias entre aqueles que escrevem e aqueles que leem têm sido a tônica deste abril que não se despedaça, apesar do tanto que me consome. Um consumir agradável, atiçador, sedutor, envolvente. As palavras virando rede e eu, peixe, no enredar-me, no desejo de fuga, no roçar das águas que convidam à liberdade e ao mesmo tempo exigem o olhar centrado.
Ah, e no final do mês, participo da FLIPOÇOS, a Feira Literária de Poços de Caldas. Primeira experiência por aquelas terras, desejo de descobertas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Troca de ideias no blog da Aeilij Paulista

A escritora Regina Sormani, responsável pelo blog da Aeilij Paulista (confiram o blog, sempre tem assuntos e ideias interessantes para serem pensadas, trocadas, questionadas: http://aeilijpaulista.blogspot.com/) convidou a escritora (e minha amiga) Márcia Leite, que por sua vez me convidou) para trocarmos ideias sobre a escrita e sobre nossas vivências de escritores no Vice-Versa deste mês. Lá, eu e Márcia, falamos sobre leitura, sobre escrita, sobre tabus em relação à literatura juvenil, sobre o poder de salvação da leitura, sobre inspiração, enfim, assunto não faltou, apesar de serem poucas as perguntas. Abaixo, posto uma mesma pergunta que ambos respondemos um para o outro, visto que em 2008 lançamos uma coleção Historinhas Bem..., pela Escala Educacional, projeto feito meio a quatro mãos. Se você ficar com gosto de quero mais e quiser ler as entrevistas na íntegra, visite o blog. O endereço está logo ali em cima.

Márcia Leite pergunta, eu respondo:


— Escrevemos uma coleção (“Historinhas bem...”) à distância e a quatro mãos. Para mim foi um grande desafio durante todo o processo. Como foi essa vivência para você?
Com certeza, grande desafio. Produzir uma coleção que previa duas histórias em cada livro, ambas com o mesmo tema, apenas com o diferencial de dois olhares distintos: um feminino (o seu); outro masculino (o meu), e não ser repetitivo (visto que todas as histórias deveriam ter um narrador em 1ª pessoa) foi tarefa árdua. Todavia, prazerosa. Escrever tem sempre, acho, esta aura de desafio: será que daremos conta da história que nos vai por dentro? Será que as palavras escolhidas darão conta daquilo que desejamos escrever?Confesso que quando recebi o convite, fiquei entre temeroso e atiçado. Era algo novo. Era algo a ser feito em parceria, mas não explicitamente a quatro mãos. Afinal, as escritas foram isoladas, cada um de nós tendo as premissas para a escrita, mas sem qualquer contato com a história que o outro estava produzindo. Uma sintonia mais de ideias, mais de perceber os caminhos possíveis de escrita, a fim de respeitar a criatividade sua e do outro. E isso tudo sem qualquer troca de palavras do tipo: bah, como tá a tua história? Experiência única até agora. Mas que, se possível, pretendo repetir.

Eu pergunto, Márcia Leite responde:


— Escrevemos juntos a coleção Historinhas Bem... E, como você mesma disse, foi um grande desafio produzir um texto à distância e a quatro mãos. Assim, repito a pergunta: como foi tal experiência pra você?
Fizemos uma estranha e fecunda parceria, não é mesmo? A partir de uma consigna bem limitada (tema e foco narrativo em 1ª pessoa) conseguimos fazer milagres. Meu grande desafio foi me libertar do seu fantasma, ou seja, tentar ignorar que você também estava escrevendo uma história para o mesmo livro, com um personagem que vivenciaria situações que poderiam ser semelhantes ou totalmente distintas das que eu estava construindo. Por que, se eu me deixava contaminar pelo seu fantasma, corria o risco de travar. O fato de não nos comunicarmos enquanto escrevíamos foi uma estratégia que facilitou esse descolamento. A troca só de dava quando o texto estava concluído e deixamos para nosso editor a incumbência de nos orientar. Claro que poderíamos palpitar no texto do outro se quiséssemos, mas houve uma espécie de acordo não dito que nos levou ao mesmo procedimento: os livros teriam a impressão digital dos autores em suas histórias. Assim fui perdendo o medo do fantasma do Caio Riter e a coisa deslanchou.Outro desafio, para mim, não sei se para você também, foi o de tentar. trabalhar de um jeito divertido e simples com emoções muito verdadeiras, muito sérias e por isso muito humanas.Foi uma experiência e tanto, e espero que possamos repetir outras tão prazerosas e desafiantes como essa.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Outros passos...

O dia 27 de março, momento de autografar meu novo livro pela Artes e Ofícios, O outro passo da dança, foi momento também de pensar a formação do leitor literário, em oficinas ministradas por mim e pela escritora Eliana Martins (sucesso total, mais de 30 pessoas inscritas) e de reencontrar amigos e leitores. Um sábado e tanto, troca de ideias, troca de carinhos e uma fila bem grandinha. Mais uma vez, não fiquei sozinho. Eu e meus personagens encontrando guarida no coração de muita gente bacana.
Cada livro novo é momento de expectativa: qual será, afinal, sua trajetória? Que caminhos traçará? Que olhares se voltarão para ele? O que meus personagens terão a dizer a quem com eles se encontrar?
O contato com o leitor sempre é momento bacana. Oportunidade de perceber o quanto minha histórias têm de sonante em corações leitores.
Pois, essa semana, já como retorno do pessoal que encontrei no sábado, recebi e-mail da Liza Caldeira, professora, sempre animada com a leitura, mãe do Henrique, garoto que ama as palavras. Nele, Liza dá conta de seu envolvimento com meu livro. Coisa boa de ler e que quero aqui partilhar com quem se interessa pela minha obra. Meu obrigado, Liza, por palavras tão carinhosas:

Caio,
primeiro parabéns pelo evento que estava maravilhoso, este contato com os autores é sempre muito bom e estava tudo bem organizado, valeu.
Teu livro simplesmente devorei no domingo de chuva, perfeito! Adorei mesmo, parabéns.
Além do texto, excelente, instigante, o tratamento visual do livro é bárbaro com aquelas cores, as ilustrações e alternância de tamanho da fonte ficou superinteressante.
Estão todos de parabéns e eu me senti mais uma vez uma privilegiada por ter na mão um livro de muita qualidade.
Um abraço, Liza